sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

O Ilusionista

Segundo filme sobre mágicos no mesmo período (o outro é o Grande Truque que comentei aqui) este O Ilusionista me surpreendeu. Eu havia achado O Grande Truque inesperadamente bom. Mas este é melhor. Primeiro porque o elenco dá um passeio...ver Edward Norton com Paul Giamatti juntos já vale o ingresso. O roteiro é ótimo, esperto, enxuto, tem tudo: romance, ação, mistério, fantasia, crime...tudo na dose certa. É a história de um jovem mágico de sucesso, Eisenheim (Norton), que na Viena do século XIX reencontra sua paixão da adolescência, uma agora jovem princesa prestes a se casar com o príncipe vilão. Um grande truque é preparado para resolver esse triângulo que passa a ser investigado pelo chefe de polícia local (Giamatti). Se você não ficar procurando explicações lógicas tentando descobrir os segredos dos truques de Eisenheim, vai gostar.
Entregue-se à fantasia...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

O Segredo de Beethoven

Lembro de ter lido em uma entrevista com o mestre Alfred Hitchcock que muitos de seus filmes nasciam de uma cena, de uma seqüência que podia surgir num estalo em sua cabeça e que só depois ele se empenhava em imaginar toda a história antes e depois dela. Parece que em seu espólio ficaram inúmeras anotações que Hitchcock fez em papeizinhos com cenas geniais mas que nunca chegaram a virar um filme inteiro...
A impressão que tive ao ver este O Segredo de Beethoven é que a diretora polonesa imaginou a seguinte seqüência: o gênio da música Beethoven, já consagrado, surdo e em seus últimos anos de vida decide reger sua nona e última sinfonia na Viena do século XIX. Para conseguir comandar a orquestra ele contará com a ajuda de uma jovem amante da música do mestre que é também a sua copista (a pessoa que passava a limpo as partituras) que ajuda-o emprestando seus ouvidos e marcando o tempo para Beethoven cumprir com eficiência seu papel de maestro na estréia.
Tal seqüência está no filme e é simplesmente maravilhosa. Mas o resto do filme é apenas médio.
Primeiro porque tal cena, em verdade nunca aconteceu. Beethoven nunca teve uma copista apaixonante como Diane Kruger (que fez a Helena em Tróia). Quem o ajudou a reger a nona foi um amigo velho e doente. Não sei até que ponto, no cinema moderno é aceitável que se inventem fatos acerca de uma personagem real. E até que ponto isso era necessário com relação a Beethoven, dono de uma biografia riquíssima de fatos curiosos e marcantes.
Segundo porque, pra mim, Ed Harris no papel do gênio irrascível Beethoven ao colocar uma peruca grisalha e desarrumada ficou parecendo uma caricatura de Einstein com o Coisa do Quarteto Fantástico.
Se você tiver paciência e esperar a seqüência em que Beethoven, um velho surdo vai reger na estréia de sua Nona Sinfonia vai se maravilhar...!
Durante a apresentação, o maestro e sua copista passam o tempo todo se olhando, repetindo os mesmos movimentos desenhando um balé sensual e divino. Como se fizessem amor através das notas da Nona Sinfonia.
Valeu o ingresso, claro...afinal ouvir Beethoven é sempre bom !...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

007 - Casino Royale

O ator Daniel Craig ganhou a permissão do público para vestir o smoking, usar o Omèga, dirigir o Aston Martin, beber o dry martìni e transar com as mulheres de James Bond, o agente secreto mais famoso do mundo.
E olha que é um desafio e tanto convencer milhões de espectadores que você pode ser tão charmoso quanto Sean Connery ou Pierce Brosnan. E isso o sr.Craig tem que admitir que não é. Talvez esteja aí, na decisão dos produtores e do ator de não disputar no quesito charme que torna esse Bond tão bom. Daniel Craig é o mais atlético, mais forte de todos e o filme sabe explorar isso. Todas as cenas de ação são bem mais elaboradas que a média dos 007. Dá pra sentir o quanto James Bond se machuca. Há uma seqüência de perseguição com o herói correndo à pé atrás de um bandido que parece um macaco (o cara sobe em qualquer lugar...) que é sensacional!...Para os puristas da série que questionaram antes de assistir a questão da aparência do novo 007 (Craig é loiro de olhos azuis), isso é uma bobagem. O ator tem muita personalidade e soube convencer como um agente secreto sofisticado e preparado para matar qualquer um a qualquer momento. Aliás, Craig passa essa veia assassina muito mais que seus antecessores. De resto, o roteiro é bem melhor amarrado que os últimos 007, há uma morena espetacular de bondgirl, Caterina Murino, uma italiana que aparece pouco mas marca presença e Eva Green com sua habitual beleza gelada, que não é uma gostosona mas sabe ser sensual. Notei também que Daniel Craig lembra muito Kirk Douglas (Spartacus), um ator de quem gosto muito. Talvez por isso tenha me simpatizado rápido pelo novo James Bond. Valeu!...

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Happy Feet

Desenho animado faz qualquer um voltar à infância...

Esse filme é uma delícia!...Você vai achar o pingüinzinho fofinho, os musicais divertidos, o roteiro engraçado e bem amarrado. Não é pra crianças muito pequenas. Aliás acho que esse filme diverte mais adultos do que crianças. Impressionante a qualidade da animação. E muito curiosa é a história do diretor George Miller que inventou Mad Max, o porquinho Babe e fez o belo e forte Óleo de Lorenzo. Um currículo peculiar...

Para assistir e se divertir!...

O Caminho Para Guantânamo

Se você curte cinema político este O Caminho Para Guantânamo é um grande documentário. Impressionante pelos fatos que apresenta é a história real de 4 jovens amigos ingleses de ascendência paquistanesa que moravam em Londres e fizeram a bobagem de viajar ao Afeganistão apenas um mês depois do atentado de 11 de setembro. O motivo é que um deles iria se casar e há todo um ritual que se inicia na terra de seus antepassados...por isso eles vão para lá como jovens turistas inconseqüentes. Assim que atravessam a fronteira com o Afeganistão são tomados pelo caos em que se encontrava a região suspeita de abrigar Bin Laden. O que se segue é o pesadelo em que mergulharam com torturas diárias e interrogatórios intermináveis. Primeiro na base militar de Kandahar e depois em Guantânamo, Cuba. Um pesadelo de quase 4 anos!...Os caras só conseguiram sair dessa enrascada em 2005! Inacreditável que uma história dessa tenha acontecido agora!...O filme é entrecortado pelos depoimentos reais dos amigos e por trechos de telejornais da época cobrindo o que acontecia com o mundo pós-11 de setembro. Não é um filme pra levar a namorada de mão dada mas um documento importante do nosso século e que nos faz pensar que a loucura de governos e líderes ainda é uma sombra rondando por aí...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

...aplausos para O Grande Truque...!

Fiquei sem comentar um filme que vi umas semanas atrás por indisciplina deste blogueiro...Foi mal...O filme é ótimo. Gostei muito.
Chama-se O Grande Truque.
É uma grande homenagem a uma figura que já fez parte de algum momento da vida de todos nós: o mágico.
Seja na infância, nos programas de TV, no circo da cidadezinha de interior, todo mundo já viu ou se encantou com um mágico.
Eu, que por força de minha profissão já vi de perto o trabalho de muitos ilusionistas nunca havia parado pra pensar na força dessa personagem.
E este filme me fez refletir a respeito...há muita beleza e poesia no trabalho de um mágico...
Uma das decisões mais importantes que tomamos na vida é qual vai ser a nossa profissão...qual a atividade que vai prover o nosso sustento até o fim dos nossos dias...e alguém que decide ser mágico é alguém que faz a escolha pelo encantamento...um profissional cujo sucesso vai depender da sua capacidade de encantar o próximo com um truque, uma ilusão, uma miragem...um profissional que precisa ensaiar e treinar tanto quanto fazem os atores, cantores, bailarinos...
Palmas para os mágicos e para este belo filme do Nolan que fez o inesquecível Amnésia (fez também a Bat-bobagem ‘Batman Begins’ , mas deixa pra lá...) e volta à tela com este O Grande Truque (The Prestige). Você vai lembrar da edição de Amnésia, fragmentada, não-linear, nervosa...o roteiro é muito bem amarrado, o elenco dá um show...! Hugh Jackman e Christian Bale são dois mágicos na Londres do final do século XIX que se admiram, se odeiam, se invejam e se perseguem obssessivamente numa disputa mortal pelos segredos de seus números. Scarlett Johansson fica nesse meio de campo desses dois malucos que tiveram o mesmo tutor, Michael Caine, o engenheiro das traquitanas dos bastidores que possibilitam a realização dos números. Sua elegância habitual proporciona alguns dos melhores momentos do filme como o discurso inicial que explica do que é composto todo número de mágica.
Um filme muito legal que vale a pena assistir!..
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domingo, 12 de novembro de 2006

A Pequena Miss Sunshine e porquê ir ao Cinema é preciso...

Só o Cinema é capaz de nos fazer olhar para nossas próprias vidas com um distanciamento que nos dá percepção crítica e, em alguns casos, transformação.
Little Miss Sunshine conta a história de uma família que convive com o caos: o pai é um fracassado, a mãe uma estressada, o filho adolescente revoltado fez voto de silêncio, o cunhado gay-deprimido-suicida e o avô viciado e pornográfico. Essa combinação explosiva de personagens decadentes forma a desequilibrada família Hoover.

À margem de toda essa zona está a filhinha caçula, Olive, uma criança como outra qualquer, barrigudinha, de óculos e encantadora. Ela é o pivô da história. Por ela, os malucos se unem para realizar o sonho de Olive: participar de um concurso de beleza infantil que vai eleger a Miss Sunshine. Eu me apaixonei pela Pequena Miss Sunshine.
Como o nome diz, ela é o verdadeiro raiozinho de Sol que ilumina essa família descabeçada.
O elenco está espetacular. Todos dão um show em papéis difíceis.
Nota dez para os diretores (um casal de novatos) que observaram inúmeras cenas comuns do cotidiano e as elevaram a um nível de simbolismo muitas vezes comovente.
Como naquela frase do Quintana “canta tua aldeia e encantas o mundo”, o filme parte de uma crítica antiga mas ainda muito legítima à sociedade americana que ensina a seus filhos que ser feliz é vencer tornando seus cidadãos mais competitivos e desumanos e muitas vezes infelizes.
Há sutilezas, olhares, situações que apesar de corriqueiras na vida de qualquer um, ganham um poder revelador na medida em que nos ensinam a perceber nosso delírios.
O carro no qual fazem a viagem até o local do concurso é uma perua kombi velha que precisa ser empurrada se quiserem fazer com que ande. E é com ela que acontecem as cenas de maior significado: ao empurrar o carro, os tresloucados Hoovers têm que se unir toda vez que quiserem seguir em frente...

Um belo exemplar do cinema independente americano, feito com pouco dinheiro (8 milhões de dólares), muita sensibilidade, um elenco inspirado e um roteiro que merece o Oscar.
E merece o seu ingresso...

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Vem aí..."Os Infiltrados"

Hoje eu fui a uma cabine assistir ao filme que desbancou O Diabo Veste Prada dos primeiros lugares da bilheteria norte-americana: Os Infiltrados.
Achei o nome correto mas estranho, mas é um policial excelente do mestre Martin Scorsese. Como sempre em seus filmes, têm gangsters, corrupção, violência, sangue, closes em travelling e aquela edição ágil que marca a obra recente de Scorsese. Tem Jack nicholson no elenco com sua habitual competência. Matt Damon e Leonardo di Caprio encabeçam a história envolvendo o trabalho da polícia de Massachussets e seus agentes ‘infiltrados’ na máfia irlandesa que trafica drogas, armas, etc...Gostei muito da amarração da história que não deixa nenhum ponto em aberto. Leonardo di Caprio mostra mais uma vez que é bom ator e o elenco de apoio tem estrelas como Martin Sheen, Alec Baldwin e Mark Wahlberg.
Achei fraquinha a trama romântica envolvendo a ‘psicóloga de batalhão’ que não me convenceu muito mas que não estraga o prazer de ver esse filmaço de nome esquisitão ...”Os Infiltrados”. Confira..
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domingo, 8 de outubro de 2006

Obrigado Por Fumar

Não sei porque demorei tanto pra conferir este filmão. Ainda em cartaz, Obrigado Por Fumar conta a história de um profissional da área de relações públicas sem nenhum caráter que defende a indústria do tabaco. Um cara muito bom de conversa que fez da sua capacidade de comunicação e poder de persuasão, suas ferramentas para manipular a opinião pública em favor do cigarro.
Com muito bom humor, o filme tem um roteiro espertíssimo e que, curiosamente passou 12 anos rodando de estúdio em estúdio até que alguém resolveu filmá-lo.
O ator Aaron Eckhart consegue a proeza de fazer um personagem inescrupuloso com tanta irreverência e charme que não se consegue odiá-lo.
Ao contrário do que possa parecer, o filme não é sobre cigarros, mas sobre lobby. Se você for ver, vai reparar que ninguém aparece no filme fumando. E há as reuniões entre os Mercadores da Morte que pontuam a história e que são engraçadíssimas (pra entender quem são os ‘Mercadores da Morte’ só assistindo ao filme...).
Todos do elenco dão um show e sustentam com habilidade o assunto difícil da política por trás de quase todos os movimentos de uma sociedade comprometida com o dinheiro.
É um filme com uma certa dose de polêmica, para adultos, mas uma delícia!...
Vou ver de novo...
!

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Garota Má.com

Eu tenho muita curiosidade por filmes que são feitos com pouco dinheiro e ganham grande repercussão.
Acho bacana a história da produção do Mar Aberto que lucrou 100 vezes mais do que custou, ou o caso do Soderbergh que gastou um milhão de dólares em seu filme de estréia (sexo, mentiras e videotape) e ganhou a Palma de Ouro em Cannes mais uns 25 milhões de dólares em bilheteria.
Este Menina Má.Com está super recomendado pelos críticos. Tem seus méritos.
E são só dois atores em cena o tempo todo. Atores que dão um show.
O tema é espinhoso (pedofilia) e o roteiro segue um rumo surpreendente. Aliás, aqui está outro ponto positivo: nada é óbvio neste filme.
Mas aí, o roteiro começa a viajar na maionese e o filme termina inverossímil.
Mesmo assim vale o ingresso...

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

O Diabo Veste Prada

Comecei a ler o livro pra ver se é tão bom quanto o filme.
Até agora, aquela regra de o livro ser sempre melhor que o filme não se aplica aqui...pelo menos até agora...estou na página109...
Acontece que o filme é muito bom!
O elenco tá afinadíssimo, a Meryl Streep vai ganhar o Oscar de Atriz Coadjuvante em 2007, a atriz principal Anne Hathaway (é a cara da Stephany Brito) é ótima, a idéia de chamar o diretor da série Sex In The City foi certíssima, o roteiro é delicioso, enfim, o filme é uma coleção de idéias e decisões bem sucedidas que só podia dar em sucesso... Tá fazendo uma bilheteria surpreendente (os produtores não esperavam esses números) e todo mundo fica admirado com a performance espetacular da veterana Meryl Streep.
No papel da editora-chefe da maior revista de moda do mundo ela consegue a proeza de fazer uma personagem assustadora sem levantar a voz em nenhum momento...!
Só vendo pra entender !... O filme é tão bom que até a nossa Gisele Bündchen está bem numa ponta como funcionária da revista.
E mesmo que você não entenda nada de moda, todo mundo já teve na vida um chefe tirano... Vale o ingresso
!

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

...Follow the money!...Follow the money !...

Cai como uma luva nestes tempos de eleição e corrupção, a dica do DVD Todos Os Homens Do Presidente.
Se você não viu, tá perdendo. Se já viu, vale rever este filmaço.
Robert Redford teve a iniciativa e juntou a galera, equipe, diretor (Pakula) e elenco para reproduzir na tela do cinema o escândalo do Watergate e o competente trabalho dos dois jornalistas desconhecidos do Washington Post que levou à renúncia de Richard Nixon, o então Presidente dos Estados Unidos.
O filme tinha como objetivo ser o mais fiel aos fatos tal como aconteceram. E para isso contaram com a participação na produção e no roteiro dos verdadeiros protagonistas dessa história, Woodward e Berstein, os repórteres do Post.
Há vários momentos incríveis no filme, mas o mais marcante eram os encontros de Woodward num subsolo, um estacionamento escuro, onde o Garganta Profunda, sua fonte secreta, lhe delatava em voz assustadora:

-...Follow the money!...
(...lembrou alguma coisa dos noticiários atuais?...ai,ai...)
É uma história de detetive, uma aventura de dois jornalistas desconhecidos e desprestigiados que graças a um trabalho competente e persistente levam à renúncia de Nixon.

Uma trama eletrizante!...
Prefira alugar o DVD-Edição Especial em que há vários extras, inclusive entrevistas com os jornalistas e uma matéria mostrando a identidade secreta do Garganta Profunda!...(que só havia sido revelada em maio do ano passado pela revista Vanity Fair)
Um Garganta Profunda surgindo por estes dias até que faria muito bem ao nosso país...
Quem sabe?...

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Vôo United 93

Assisti a este filme no dia 11 de setembro último, exatos 5 anos da tragédia...
E, acredite, foi bastante especial.
Primeiro porque o realismo da fita é impressionante!...
Fiquei assombrado com a agonia de todos que estavam a bordo no único vôo do atentado da Al Qaeda que não atingiu seu alvo.
O diretor (o mesmo de A Supremacia Bourne e que no ano que vem lança o último da trilogia - O Ultimato Bourne) pra mim fez algo novo no cinema: dirigiu as pessoas reais!...Tanto os profissionais que estavam presentes nas torres de controle dos aeroportos como os militares da base aérea que estão no filme eram as pessoas de verdade que estavam lá no dia e presenciaram todo o horror dos acontecimentos.
É verdade que nessa época do ano todo mundo é bombardeado com inúmeros documentários sobre o 11 de Setembro, e você provavelmente acha que já viu tudo sobre o assunto.
Acredite: este filme é definitivo. E todos deveriam assistir.
O atentado às 'torres gêmeas' é, provavelmente, o acontecimento do século. Mudou o mundo e continuará mudando.
Este Vôo 93 é um documento. Tem jeitão intencional de um documentário. Você vai se sentir dentro do avião...suas mãos vão suar de aflição...uma sensação amarga de angústia vai te invadir...e quando terminar o filme você vai voltar pra casa pensando: "- Puxa! Não tinha noção de que tinha acontecido desse jeito...!" .
O final do filme é triste e todo mundo já conhece.
Mas o filme é ótimo e tem que ser visto.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

A Casa do Lago

É bom lembrar que, às vezes, quando quer fantasiar, é comum um filme apresentar uma solução fantástica sem dar explicações nem ter compromisso com a lógica, para contar uma história.
Quando no final do filme você se sente satisfeito com a experiência estética que acabou de assistir, o fim justificou os meios, como em O Anjo Exterminador de Bunüel.
Aqui em A Casa do Lago, a historinha parece até que vai ficando legal e você até vai aceitando a decisão do autor numa boa de colocar o casal principal trocando cartas mesmo estando em anos diferentes: ela vive em 2006 e ele em 2004 e seu elo de contato é uma caixa de correspondência mágica de uma linda casa de vidro que fica num lago (?!?!?!).

O charme do casal faz você engolir essa maluquice, Sandra Bullock é muito bonita e Keanu Reeves é um cara bacana. Você acha que o filme está caminhando para um fim trágico mas correto quando vem o final boboca e comercial. Daí você não sabe se ri ou se chora de raiva de ter pago ingresso pra ver essa m... Me deu saudades dos grandes produtores que não faziam concessão ao público e deixaram grandes histórias de amor em que o casal não terminava num final feliz...Ainda assim cho que arquitetos vão gostar de ver a casa do filme e especificamente de um diálogo entre o personagem de Keanu e seu pai, os dois arquitetos.
Fiquei com raiva porque poderiam pelo menos ter feito deste filme um daqueles sucessos românticos da moda tipo Cidade dos Anjos, Íntimo e Pessoal, Ghost, etc...Mas nem isso.
Pra atrapalhar deixo uma foto que estraga o final do filme pra quem for ver...Huahuahuahuahua!!!

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

2046


Fui assistir com um pé atrás. Muita gente havia me falado mal, alguns comentários positivos, cansado de ver dvd em casa, fui conferir...
O filme é confuso, muitas vezes você não sabe qual o personagem tá na tela (chinês é tudo igual!...) e só depois que terminou o filme é que fiquei sabendo que se tratava de uma continuação do belíssimo "Amor À Flor da Pele" do mesmo diretor e ator principal...
Há um salto no tempo, o jornalista está escrevendo uma ficção científica, e a história sai dos anos 60 e vai para o ano de 2046...Uma bagunça.
Mas eu tenho que reconhecer que me peguei envolvido com a paixão não correspondida da chinesinha Zhang Ziyi (que parece que faz todos os filmes da China) com o protagonista Tony Leung. Acho que ela nunca esteve tão bonita num filme com aqueles fugurinos clássicos chineses e com uma pela tão bonita que iluminava a tela. Foi aí que me lembrei do Amor À Flor da Pele, com aqueles planos em câmera lenta, os closes em certos detalhes da cena, a trilha tipo "anos dourados"...e foi assim, trabalhando com esses mesmos elementos que o diretor Wong Kar Wai conseguiu de novo me fazer prestar atenção na sua história de amor. Valeu o ingresso.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Hollywood em Berlim


Esqueci de comentar aqui da minha viagem a Berlim em junho passado na época da Copa. Fiquei hospedado num hotel chamado Hollywood Media, na avenida mais badalada da cidade, a Kurfürstendamm. Durante o dia, é um dos pontos comerciais mais movimentados de Berlim. À noite, movimentação, agito, muita gente bonita passeando pela Kudamm (como os berlinenses a chamam). Vi também muitos boiolas alemães fazendo ponto por ali e pensei em qual figura de estilo mais se encaixavam já que eles "dão o cu na Kudamm"...seria uma anáfora?... uma aliteração?... ou viadagem mesmo...?
O hotel
é o mais procurado durante o Festival de Cinema de Berlim.

Nas paredes, fotos, pôsteres e autógrafos de estrelas do cinema.
Cada andar do hotel é dedicado à cinematografia de um país.
Eu fiquei no andar do Cinema Britânico e a figura estampada na porta do meu quarto era Sir Alfred Hitchcock...Uau!...Não podia ter sido melhor!...

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

2 filhos...

Números atualizados:
2 Filhos de Francisco teve 5.287.372 espectadores.
Vendeu 445.132 cópias em DVD.
Você não vai encontrar esses dados por aí.
São fontes oficiais e restritas.
E ainda segundo cálculos da distribuidora, o filme deve ter sido também o campeão de vendas dos DVD's piratas. As estimativas são de mais de um milhão de cópias ilegais.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

O melhor...


Caché ainda é o melhor filme em cartaz em São Paulo.
Se você ainda não viu, veja.
Se não concorda, vá ver de novo.
É o filme mais inteligente do ano.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Cinema em casa...

Com essa leva tão fraca de filmes em cartaz (os que me interessavam eu já vi...) o jeito foi se virar em casa mesmo.
Revi O Sol É Para Todos, Todos os Homens do Presidente, Um Esprito Baixou Em Mim, Ben Hur, Solaris, Dr. Fantástico, Magnólia e Casablanca.
Foi bom...faltou pipoca sem gordura trans...

domingo, 13 de agosto de 2006

Indigestão...

Acho que ainda vão descobrir que assistir muito filme faz mal à saúde...
Assisti no mesmo dia Dogville, Full Frontal, Adaptação, Quero Ser John Malkovich e Xuxa e os Duendes...
Não tô me sentindo muito bem...

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Três Enterros


Esse filme eu assisti em abril/maio, não lembro ao certo.
Na época não consegui parar pra registrar aqui no blog por indisciplina da minha parte.
Foi uma boa surpresa. Um filme que foge do convencional. Não foi feito para o grande público. Tem uma narrativa lenta, mas adequada às intenções do diretor, que não se propôs a fazer um filme de ação. É um filme de amor. Amor entre dois homens. Amor fraternal, como dos grandes amigos. Dois homens simples, no Texas, de tratamentos ásperos como o relevo da região em que vivem. E as semelhanças entre este e Brokeback termina nos chapéus de cowboy que ambos os personagens principais usam.
Um dos dois homens é assassinado. O que sobrevive cumpre lealmente a promessa que fizera de enterrar o amigo em sua cidadezinha natal, no interior do México. E com que hombridade ele cumpre essa promessa!...
Isso foi o que eu mais gostei no filme...encontrar valores cada vez mais raros de se ver na vida...honra, dignidade, humildade, amizade, lealdade...características da personalidade do diretor Tommy Lee Jones, admirado pelos amigos como um homem muito simples e que combina um traço rude com outro sensível no trato com as pessoas que o conhecem.Já o admirava como ator e agora mais, por saber que é formado em Literatura em Harvard e por ter mostrado a amizade entre dois homens com tanto amor e força.

terça-feira, 23 de maio de 2006

O "Código" Dá Vinte Motivos Pra Você Não Sair De Casa E Ir Ao Cinema...


20 – O filme é muito lento. Quase não tem ação e quando tem, as soluções encontradas pelo roteiro para explicar as escapadas do protagonista são de morrer de vergonha...
19 – O roteiro muda radicalmente o final do livro.
18 – Tom Hanks está velhinho e repetitivo...
17 – Audrey Tautou não aparece pelada.
16 – O Leonardo Da Vinci não aparece no filme.
15 – O Dan Brown já tá rico demais e não precisa do seu dinheirinho na compra do ingresso.
14 – Não dá pra acreditar que o velhinho, diretor do museu, com dois tiros no abdômen, consegue bolar três enigmas, escrevê-los em locais diferentes, esconder uma chave na fresta de um quadro, desenhar o homem vitruviano no chão, tirar a própria roupa e deitar pelado no mármore, tudo isso, antes de morrer!?! Não era mais fácil chamar uma ambulãncia?
13 – A chapinha do Tom Hanks foi inspirada nas madeixas da Mona Lisa.
12 – Ouvir os comentários “intelectuais do público saindo do cinema”: - Eu falei,
cara...Jesus era o maior pegador!... – eu sabia que Deus não existe...sempre soube!... -
A Mona Lisa é a Maria Madalena. E Leonardo Da Vinci é Jesus Cristo!!!
11 – Audrey Tautou não aparece pelada.
10 – As filas.
09 – O trânsito em Sâo Paulo que faz você chegar atrasado e te obriga a sentar no ‘gargarejo’...
08 – O preço do ingresso.
07 – As pessoas sem educação que ainda não conseguem desligar a %#$@*& do celular antes do filme começar.
06 – A parte mais interessante do livro, que são as referências "históricas" (a maior parte delas, mentira), passa tão rapidamente no filme que muita gente não entende atrás do que os protagonistas estão...
05 – A obrigação de, quando te perguntarem, ter que repetir pela enésima vez o clichê: “- Ah, o livro é muuuuuuuito melhor!...”
04 – A impossibilidade de usar a desculpa: “- Ah, mas eu não vi o filme!...” quando começarem aquelas conversas intelectualóides na mesa do bar sobre o papel da Opus Dei na ocultação da verdade sobre a vida sexual de Jesus Cristo...
03 – Ter que aceitar que um velhinho aleijado (o Magneto de X-Men) consegue subjugar todo mundo durante quase o filme inteiro usando apenas duas muletas.
02 – A Opus Dei do filme que parece Os Trapalhões com um Mussum albino e um bispo que é a cara do Zacarias...De tão atrapalhados, um mata o outro...
01 – Audrey Tautou não aparece pelada.

Código Da Vinci

Bem, muito já foi dito e escrito a respeito de O Código Da Vinci...
A melhor coisa que li foi a crítica do Sérgio Rizzo na Folha de quinta, 18 de maio.
Se não leu e quer mais informações a respeito do filme mais comentado do ano, taí...

FILME TEM ELENCO RUIM E ROTEIRO FRÁGIL E BUROCRÁTICO
Sérgio Rizzo - Crítico Da Folha
Primeiro, aos que leram "O Código Da Vinci": a adaptação para cinema não se resume apenas a jogar fora situações do romance, algo natural diante da impossibilidade de condensar toda a ação em 140 minutos. Há também uma série de variações -algumas pequenas, outras mais significativas, sobretudo no final.Pode ser que o roteirista Akiva Goldsman tenha preferido suas soluções às de Dan Brown, mas é provável que as alterações sirvam ao objetivo primordial de criar novidades para quem já conhece a trama e tende a encarar o filme com certa desconfiança.De qualquer forma, com Goldsman nunca se sabe: depois de perpetrar "Batman e Robin" (1997) e "Perdidos no Espaço" (1998), ele ganhou o Oscar de roteiro adaptado por "Uma Mente Brilhante" (2001) e assinou também "A Luta pela Esperança" (2005), os dois últimos em parceria com o diretor Ron Howard, que o trouxe para "Código".O que era "Uma Mente Brilhante"? Um filme de ator (e que ator: Russell Crowe) delineado em torno de um só personagem (e que personagem: gênio e maluco em doses cavalares). "O Código Da Vinci" tem arquitetura mais descentralizada: aventura com ações paralelas, meia dúzia de personagens relevantes para o encadeamento da trama.Para complicar, o pano de fundo de almanaque, conduzindo à obrigação de combinar ingredientes de história, religião e arte. Costumou-se dizer que o livro era um roteiro pronto, mas aí está o filme para demonstrar o contrário: quando segue o romance ao pé da letra, o resultado é burocrático e insatisfatório; quando procura escapar dele, frágil.A escolha do elenco tem sua cota de responsabilidade, claro. Tom Hanks e Audrey Tautou não foram capazes de fazer por seus personagens o que Ian McKellen e Jean Reno conseguem, ao usar os traços descritos por Dan Brown para compor figuras de identidade própria. Já Alfred Molina e Paul Bettany, a turma da Opus Dei, beiram o constrangimento.Agora, aos que não leram e não pretendem ler: "O Código Da Vinci" procura ser didático para não deixar ninguém com a sensação de que perdeu um pedaço importante da história. Na medida em que a correria permite, explica-se o essencial. O problema é que, neste caso, o essencial talvez seja pouco.Além disso, a pretensão de deixar tudo muito explicadinho soa escolar, no mau sentido do termo. Em vez de fluir naturalmente, a narrativa tem "legendas", por meio de diálogos que contam o que não se viu e de inserções ao estilo PowerPoint que resumem abruptamente informações e linhas de raciocínio.E, aos quem não leram o romance e não pretendem ver o filme exclusivamente por questões de fé: no final das contas, o discurso da adaptação para cinema é carola e inofensivo. Até a Opus Dei, vilanizada como instituição no livro, recebe tratamento mais moderado, quase gentil.Eis um filme com comportamento de candidato que acende uma vela para Deus e outra para o diabo em tempo de eleição: nem tanto à esquerda nem tanto à direita, muito pelo contrário. "O Código Da Vinci" quer ficar bem com todo mundo, mas é provável que essa ambição desmedida lhe renda o castigo de gerar descontentamento em todo mundo.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

O cara é bom...


Quando saí do cinema depois de ver a este terceiro Missão Impossível fiquei me perguntando: - mas por que será que pegam tanto no pé do Tom Cruise?...O cara sempre foi tão críticado...qualquer coisa que faz vira motivo de piada, chacota...porque ele subiu no sofá da Oprah pra dizer que estava apaixonado disseram que era exagero, que era marketing...porque ele fez mais um filme com Spielberg, ele tinha intenções meramente comerciais...porque o cara é de uma religião diferente, então ele come placentas e proíbe a mulher de gritar no parto...
Tom Cruise nunca quis ser um Al Pacino, um Robert de Niro, um Jack Nicholson...assim como Steve McQueen nunca teve a pretensão de ser Lawrence Olivier.
Ele é um astro de filmes de ação e ninguém pode duvidar de que hoje é o mehor.
Um exemplo que ilustra bem a diferença entre astro e ator foi o episódio que aconteceu na coletiva de lançamento de Missão Impossível 3, em Roma. O recém premiado com o Oscar de melhor ator, Philip Seymour Hoffman estava respondendo a uma pergunta dos jornalistas quando Tom Cruise chegou, estava atrasado. A resposta do sr Hoffman ficou pela metade e a partir deste momento nenhuma outra pergunta foi dirigida a ele. Todos só queriam saber como foi para o sr Cruise fazer aquela cena, como está a filhinha e o casamento...
O cara é uma das maiores estrelas do cinema em todos os tempos.
E é bom ator quando quer...não se pode esquecer que quando fez Magnolia, um filme deslumbrante, o sr Cruise está especialmete bem...
Tudo tem sua hora e seu lugar e Missão Impossível 3 é um programaço pra quem tá procurando emoção, aventura, cenas incríveis e efeitos na dose certa!
Ação alucinante, cenas vertiginosas e o seu ponto forte: um roteiro bem amarrado. Coisa que há muito tempo falta nos 007's. Mérito do diretor J.J. Abrams que criou Lost e Alias, entende do negócio.
E é bom saber que tem gente de TV fazendo Cinema com tanto talento.
Vou ver de novo...e posso falar mais uma coisa: o cara é bom...

quinta-feira, 27 de abril de 2006

V...de Verborrágico...


Ah, dona Isabela...a história é bacana, vai...a direção de arte é caprichosa, a senhora tem que reconhecer...e assistir à história de alguém que luta contra a corrupção dos seus congressistas de forma tão impetuosa deveria ser inspirador num país mergulhado na letargia da indiferença diante do massacre diário na mídia de fatos tão indignos e revoltantes praticados pelos nossos congressistas da vida real.
O que mais me agradou em V foi a maneira como os meios de comunicação são dimensionados na história: nenhum líder, nenhum governante, nenhuma idéia avançará no futuro se não souber se valer da mídia.
O que mais incomoda em "V de Vingança" é o personagem principal declamando textos clássicos e frases de efeito a cada vez que abre a boca...Over!...
Mas gostei mais do que a Isabela Boscov que podia ter aproveitado melhor o espaço dela na Veja comparando o sonho do herói do filme que quer explodir o parlamento inglês com o nosso congresso de deputados que há muito tempo merecia uma bomba...

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Tom Cruise-Créééédo!!!

Acabei de ler em algum lugar que para cumprir as instruções de sua religião cientologista, Tom Cruise e sua Katie Holmes deveríam comer a placenta e o cordão umbilical do baby....?!?!?!
Mas será possível?...

Clube da Lua

Muito legal esse filme que só confirma o talento dos nossos vizinhos argentinos que têm uma história de respeito no audiovisual...lembra muito o Filho da Noiva, filme anterior do mesmo diretor e com o mesmo autor...mesmo clima, astral, emoção...
É interessante notar o quanto a situação do povo argentino se assemelha a dos braisleiros que também vivem sob crise econômica, desemprego, etc....vale o ingresso...
Uma informação que não está no filme mas que é pra você pensar:
você sabia que há mais livrarias na CIDADE de Buenos Aires do que no PAÍS Brasil?...
Putz...