quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Pecados Íntimos

Sinceramente, não consigo entender como pode Pecados Íntimos não estar concorrendo ao Oscar de melhor filme ou diretor, os dois prêmios mais respeitados do mercado cinematográfico. O filme é maravilhoso!...
Está indicado nas categorias de melhor atriz, Kate Winslet, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro. Mas é pouco. Pecados Íntimos é um filme adulto, desses que retratam a malha intrincada das relações humanas e a diferença entre o convívio social e nossos desejos ocultos, sorrateiros, que escapam ao controle e se revelam quando menos se esperam. Tudo isso sem fazer concessões baratas ao público. Sem cair em clichês manjados. Pelo contrário surpreendendo a platéia com soluções muitas vezes ousadas mas coerentes com seus personagens. Kate Winslet que a cada trabalho fica mais respeitada pela crítica mostra neste filme simplesmente o melhor momento de sua carreira. Aliás aqui ninguém faz feio...o par romântico de Kate é Patrick Wilson que segurou um filme sozinho com a garota de Menina Má.Com e volta a dar um show aqui. Juntos formam um casal luminoso que consegue tornar o absurdo, verossímil, o corriqueiro, encantador, o particular, universal. O indicado do filme ao Oscar de melhor ator coadjuvante é Jackie Earle Haley, um veterano de séries de TV que tem um papel difícil do pedólatra que luta contra sua perversão. Já se imaginou sentindo pena de um pedólatra? Essa é uma das provocações do filme, que pra variar deve ter tido seu título traduzido pelo Tiririca. Little Children, seu título original ficaria muito melhor ao pé-da-letra, Crianças Pequenas. Aliás as criancinhas do filme (a filhinha de Kate Winslet e o filhinho de Patrick Wilson) são lindas e carismáticas. É com elas que a história começa, é com elas que tudo termina. Seus pais vivem em mundos perfeitos, mas se descobrem infelizes, infiéis, hipócritas, cheios de energia e sofrimento, e reagem a tudo com uma ingenuidade pueril revelando que, no fundo, diante de muitas questões da vida, no fundo somos todos do jardim de infância...

Um comentário:

thiago disse...

Gostei demais desse filme. Acho que você sintetizou bem o que ele propõe. Também concordo quando você diz que ele é maduro, apesar de tratar justamente do quão vulnerável a gente é. Achei meio denso aquele personagem pedólatra,e não senti muito pena dele não, como vc falou aí! Acho que foi um misto de tanta coisa que eu nem sei definir direito. Também faz muito tempo que eu vi, preciso assistir outra vez! Mas legal sua crítica cara! Abração