quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Palmas para... O Perfume

Eu não li O Perfume do Patrick Süskind, um alemão que ficou milionário com essa obra publicada na década de 80 e que vendeu pacas. Mas duvido que o livro seja melhor que esta sua adaptação para o cinema (sim, eu sei, não se comparam duas formas tão diferentes de expressão, filme é filme, livro é livro)...Mas o fato é que saí da sessão admirado, deslumbrado com o que vi. A história se passa na França do século XVIII. Um lugar que a história nos revela, era o maior fedor.
O povo vivia sujo, sem tomar banho, comendo lixo. É lá que nasce o protagonista, Jean-Baptiste Grenouille, dono de uma capacidade extraordinária de captar, identificar e memorizar...cheiros!
Seu poderoso nariz o leva a ser um notável perfumista obcecado em buscar o aroma perfeito...aquele que fará toda a humanidade render-se ao seu gênio criador. O problema é que para Grenouille produzir tal aroma ele precisa fazer algo um pouco inconveniente, tipo...matar umas pessoas. Assim começa o calvário desse anti-herói que comete crimes horríveis ao mesmo tempo que nos faz torcer por ele. Efeito parecido com o que ele quer para seu perfume perfeito: o da sedução absoluta de toda a humanidade.
Atenção para as soluções visuais encontradas pelo diretor (Tom Tykwer, que fez Corra, Lola, Corra) para mostrar a imagem dos “cheiros” captados por Jean-Baptiste: simples, diretas e eficientes.
Se você for ver, lembre-se que tudo se trata de uma grande fantasia, e não de uma história baseada em fatos reais, como muitas vezes o tom sombrio e a caprichosa direção de arte o fará pensar. Só assim, com essa postura, você absorverá o gran finale, um delírio pertinente do autor e o fim de Jean-Baptiste, um personagem para entrar na história dos grandes filmes, tanto quanto O Perfume deve virar um clássico.

O filme tá meio escondido no meio de tantos indicados ao Oscar (que injustamente ignorou O Perfume), pouco se fala nele. Mas vá assistir.
É sensacional!...

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