domingo, 22 de novembro de 2009

Polanski

Roman Polanski continua preso na Suíça. Após 30 anos longe do território americano onde é procurado pela polícia por causa de um crime que cometeu em 1978, o diretor polonês aguarda sua extradição para julgamento e possível condenação. Ele tinha acabado de desembarcar em Zurique onde iria receber um prêmio por sua obra.
30 anos atrás ele se encontrava numa festinha daquelas na casa do Jack Nicholson quando às 3 da manhã violentou uma garotinha de 13 anos que estava no local. (o que uma garotinha de 13 anos faz às 3 da manhã numa festa na casa do ‘Coringa’?!?) Diretor de O Pianista, Chinatown, Dança dos Vampiros , Bebê de Rosemary, Polanski tem uma história de vida recheada de momentos dramáticos. Perdeu sua mãe morta num campo de concentração, vagou e passou fome na Polônia ocupada pelos nazistas, sua primeira esposa foi assassinada aos 8 meses de gravidez. Ganhou Oscar mas não pode ir à cerimônia da Academia. Nos EUA não tem conversa e esse episódio prova que nem um artista reconhecido internacionalmente está acima da Justiça americana.
Lembrei que ainda tem o caso do Wesley Snipes, outro foragido da justiça por problemas com o fisco e com pensões atrasadas que também se mandou dos EUA. Mas o Blade é o Blade, tem poderes de super herói... Polanski é apenas um grande diretor. Criou imagens que vão ficar pra sempre. Não dá pra esquecer do Jack Nicholson e seu nariz estiletado em Chinatown, ou do polonês que se transforma em um rato de O Pianista ou ainda do desespero estampado no rosto da mãe atormentada em o Bebê Rosemary. Curioso que o governador da California (estado onde corre o processo), um ex-astro de cinema igualmente de origem européia, Sr. Schwarzeneger, já mandou avisar que não quer nem saber. Mesmo a vítima ex-adolescente, hoje uma senhora de 45 anos, tendo declarado que quer que o caso seja arquivado, se Polanski pisar na América, será tratado conforme manda a Lei. É cana mesmo, sem choro nem vela. Parece o Brasil, né?...

Fico com pena desse fim para esse grande artista. seu Pianista me comove até hoje. Vi o filme em 2003 quando vivia um momento delicado de escolhas profissionais e fiquei estarrecido com o pobre músico polonês que insiste em permanecer em sua terra massacrada pelos nazistas e o processo através do qual ele vai se desumanizando até se tornar um rato escarafunchando nas ruínas do Gueto por uma lata de comida. Um filme genial de um pobre diretor genial...

Um comentário:

Sheyna disse...

Cheguei a um filme que vi, finalmente. É, vou pouco ao cine, pq não tenho carteirinha e acho um absurdo. Vou quando acho que realmente vale a pena, ou espero passar na TV.
No caso de O Pianista, fui ao cine. E valeu, claro.
Meu pai é libanês, cheio de histórias, me comovem essas histórias sobre guerras, nazistas e etc.
Outro que vi recentemente, triste, muito triste ao final, mas com um olhar diferente sobre o tema, tão explorado, foi: O Menino de Pijama Listrado. Já viu?
Me comovi com a história de Polanski. Uma vida atormentada, mas que nem por isso abafou o dom precioso. Agora, é complicado o caso... tanto a sua questão quanto ao que ela fazia, quanto ao que ele fez e as medidas da justiça americana, contra o que aconteceria no Brasil. Bem, aqui ele teria ído à festa receber seu prêmio, com glórias, ainda que com algemas e seria tema nos programas da tarde e revistas, twitters, etc...