quarta-feira, 12 de novembro de 2008

007 - Quantum Of Solace

Se Sean Connery foi o melhor 007 para o mundo nos anos 60/70 com todo o charme, virilidade e eficiência que James Bond pedia, o mesmo se pode dizer de Pierce Brosnan nos anos 90 e, sem dúvida nenhuma, de Daniel Craig no século XXI (não vou citar o do Roger Moore porque sempre achei esse kitsch demais...). Não dá pra imaginar um ator fazendo melhor do que Daniel Craig essa transição do 007 para as platéias destes tempos. Um público mais acostumado com a violência e pouco sofisticado.
Os mais puristas, antigos fãs da série vão reclamar. Dou uma certa razão pra eles...senti falta da frase lapidar “- Meu nome é Bond. James Bond.” que marcou todos os filmes da série. É a primeira vez que ela não aparece. Isso eu achei mancada...é como nas apresentações de ginástica olímpica em que os atletas devem criar performances novas mas têm que realizar os movimentos obrigatórios. Outra mancada foi a distribuidora não ter encontrado uma tradução satisfatória para o título e lançá-lo no país com o nome “Quantum of Solace”... Seria ao pé da letra algo como uma Partícula de Consolação. Em Portugal chamou-se O Consolo Atômico...
Outra descaracterização é esse James Bond passar o filme inteiro com dor de corno (foi traído pela namoradinha do filme anterior, Casino Royale, aliás uma história muito melhor contada...) e ainda por cima deve ser brocha. Esse 007 só pega uma mulher e a mais gostosa, uma atriz ucraniana, ele não come...Com disse, só pode ser um brocha...
Gostei do vilão francês, interpretado pelo mesmo ator que fez O Escafandro e A Borboleta (você já viu? é sensacional!). A coincidência é ele ser chamado de Dominic nos dois filmes.
O que não é coincidência, muito pelo contrário é a incrível semelhança entre este 007 e a série Bourne. O diretor assistente responsável pelas cenas de ação de Quantum Of Solace é o mesmo de Ultimato Bourne. O mais curioso é que Robert Ludlum criou seu personagem Jason Bourne porque não gostava do estilo mais fantasioso de Ian Fleming, autor/criador de 007. Jason Bourne foi tão inspirado em James Bond que até as iniciais são as mesmas. E hoje, passadas décadas de espionagem, é James Bond quem tenta ser Jason Bourne. Interessante, não? Repare como a cena em que Bond persegue um criminoso nos telhados da Itália lembra demais a perseguição de Bourne nos telhados do Marrocos...
O filme peca na história que nunca é bem desenvolvida mas tem as cenas de ação mais incríveis da série em todos os tempos.
O diretor do filme é Marc Forster, um cara que eu admiro, fez O Caçador de Pipas, Em Busca da Terra do Nunca, Mais Estranho Que A Ficção, etc...e o roteirista é o mesmo de Menina de Ouro e diretor de Crash, mister Paul Haggis...ou seja, só fera na produção.
Não fizeram um grande filme de James Bond mas que vale a pena assistir, isso com certeza!...

Confira onde está passando aqui.

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