quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Sonho de Cassandra

Segundo a mitologia grega, Cassandra era filha de Príamo,rei de Tróia, pai do Heitor (falando nisso você viu Tróia, aquele com o Brad Pitt fazendo o Aquiles?...é bacana...) e ela além de ser muito bela, ganhou do deus Apolo um poder e uma maldição: era capaz de prever o futuro mas ninguém nunca acreditaria em suas previsões. Esse é o mote deste filme de Woody Allen que não parece Woody Allen. Foi malhado pela maioria da crítica mas quer saber? Gostei pra caramba!...
É o terceiro filme Londrino dele. Antes teve Match Point (sensacional) e depois Scoop (bobinho).
Dois irmãos (Ewan McGregor e Colin Farrell) estão desesperados por dinheiro. Colin fez uma divída impagável jogando pôquer e Ewan, que não tem a vida ganha, tem que ajudá-lo. Surge a figura do tio (Tom Wilkinson) que é milionáro e faz uma proposta imoral para os sobrinhos em troca de muita grana.
É o seguinte, pra quem é fã do Woody Allen tradicional, o das comédias urbanas, dos diálogos rápidos cheios de humor ácido e inteligente, não vai encontrar nada disso aqui. Vai achar ruim como acharam Match Point ruim. Um equívoco na minha modesta opinião...Woody Allen tem todo o direito de experimentar...de brincar de ser Hitchcock (por que não?!)...tem muito do mestre do suspense neste filme, como tinha em Match Point também...e a maneira como ele fecha ciclos nos dois filmes é genial!...A cena da aliança batendo no parapeito do rio em Match Point pra mim é pra entrar pra história...Tudo isso sem falar nas atuações espetaculares da dupla de irmãos...Colin Farrell no papel do irmão mais emotivo, frágil de certa forma, um mecânico pobre viciado em jogo que se envolve numa dívida impossível de ser paga está no melhor filme da sua vida. Aliás essa é uma característica de Woody Allen, saber tirar o máximo de seus atores.
O Sonho de Cassandra é um drama de suspense, de Woody Allen, que ao fazer um filme a la Hitchcock brinca de ser Billy Wilder, o mestre que se aventurou por todos os gêneros do cinema com igual sucesso. Se Billy podia por que Woody, não?

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