terça-feira, 5 de julho de 2011

A 25ª Hora

Sabe aquele filme que você viu muito tempo atrás, tipo 15 anos atrás, nunca mais reprisou na TV, não existia em DVD ou mesmo no VHS e você ficou com ele pulsando em sua memória afetiva, aguardando pela primeira oportunidade para revê-lo?
Ok, isso nunca aconteceu com você porque você não é um nerd-cinéfilo-demente como eu, mas enfim, posso falar sobre isso?
Bem...foi com muita alegria que comprei na sempre eficiente 2001 Video um filme que eu guardei no coração desde que o vi pela primeira vez na casa de minha vó italiana saudosa dona Francisca (Francesca, davvero...) quando eu devia ter uns 10 anos. Faz tempo...Nunca mais tive contato com o filme mas de alguma forma ele me marcou tanto que nunca o esqueci.
O título é A 25ª Hora com o Anthony Quinn. É a história de um camponês romeno que por uma grande injustiça é mandado para um campo de concentração nazista mesmo não sendo judeu.
Moritz é casado com uma mulher linda (a italiana Virna Lisi), que fazia o delegado da aldeia demorar mais tempo no chuveiro, se é que me entendem...o cara queria pegar la donna. Acontece que alguns homens não lidam muito bem com um não. Daí que o delegado armou para Johan Moritz (Anthony Quinn) ser despachado da cidade, do país, entregando-o traiçoeiramente aos nazistas.
A partir desse momento, Moritz começa sua jornada sofrendo todo tipo de agressões,  passando de mão em mão por vários lugares e algozes diferentes: é preso por nazistas como judeu, é preso pelos russos que acharam que ele era alemão, depois os americanos também o prendem por não acreditarem em sua história. Enfim o cara passa mais de 8 anos nesse martírio até que é solto e volta pra sua casa para reencontrar sua mulher e seus filhos que agora são três, consequência da violência que sua esposa sofreu na mão de soldados russos. Um drama como muitos que aconteceram de verdade durante a Segunda Guerra Mundial.
É marcante pra mim a cena em que Moritz, durante sua prisão no campo de concentração nazista é retirado do alojamento porque um oficial maluco estudioso das feições arianas classifica o rosto bruto de Anthony Quinn, depois de esquadrinha-lo numa reunião, como um exemplo do puro traço da beleza germânica. Esse desvario nazi retira Moritz da prisão e o transforma num oficial alemão modelo, estrela da propaganda nazista saindo em várias capas de revista. Patético na sua verossimilança...
A cena final também impressiona quando o pobre Moritz consegue finalmente reencontrar sua bela família na estação de trem e um repórter sensacionalista pede a todos que sorriam num tom de ordem e vemos o esforço com que o camponês aceita submisso aquele comando porque convive com a resignação e a dor há muito tempo. Um close pungente do sorriso sofrido do personagem encerra o filme que conta a história de um coitado que passou a vida acatando ordens para sobreviver.

4 comentários:

Matinta disse...

Nooossa! Vi esse filme a séculos! Nos anos 80, no começo, se não antes...
Nunca saiu da minha cabeça. Virei fã do Anthony Quinn (eu achava ele diferente -não só fisicamente, mas na forma de interpretar - dos outros atores da geração dele), e aí comecei a curtir cinema.
Ah sim, e esse filme nunca saiu da minha cabeça e o vi uma vez só!

Rpaulo10 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rpaulo10 disse...

É verdade, o mesmo aconteceu comigo, assisti a esse filme no começo dos 80 e nunca mais o esqueci, nem sequer sabia o nome (título). E daí por diante me tornei fã do Anthony Quinn, tanto que hoje do nada me veio a cabeça, então procurei na net e pra minha surpresa encontrei aqui.
Muito legal!!!

Rpaulo10 disse...

É verdade, o mesmo aconteceu comigo, assisti a esse filme no começo dos 80 e nunca mais o esqueci, nem sequer sabia o nome (título), e daí por diante me tornei fã do Anthony Quinn. Tanto que hoje do nada me veio a cabeça, então procurei na net e pra minha surpresa encontrei aqui.
Muito legal!!!