terça-feira, 1 de junho de 2010

Ao Sul Da Fronteira.

Oliver Stone apresentou ontem ao país o seu documentário Ao Sul Da Fronteira.
Stone é um vencedor de dois Oscar de melhor direção por Platoon e Wall Street.

Uma coisa que sempre me chamou a atenção é o trabalho de edição de seus filmes.
Minha modesta experiência em TV me permite dizer que a edição é o momento mais "divino" de uma criação audiovisual...é a etapa em que tudo pode ser salvo ou destruído. Não me refiro aqui só a efeitos especiais mas à edição de texto mesmo. Oliver Stone já mostrou que domina isso como poucos. Seu JFK é um bom exemplo. O filme é tão bem editado que você até acredita que a história que ele mostra foi a que aconteceu de verdade. A partir desse trabalho começou a ser acusado de um teórico da conspiração, de manipular informações e conduzir seus espectadores como bem quisesse em detrimento aos fatos. Após assistir a este Ao Sul Da Fronteira, a impressão que tenho é que esse documentário vai enterrar a credibilidade de Oliver Stone de vez. Pra você ter uma idéia, Hugo Chavéz é retratado como um santo, um anjinho!? O filme tem a iniciativa de buscar explicações sobre quem é essa figura política e a relação que outros presidentes têm com ele e com o governo norte-amerciano. As entrevistas no entanto, com os presidentes sul-americanos foram muito superficiais. Oliver Stone esteve cara a cara com grandes líderes mas não fez grandes perguntas. Pelo contrário, mostrou-se um entrevistador pusilânime. No entanto, tem que se elogiar aqui sua coragem em fazer um documentário que critica profundamente o sistema político-econômico norte-americano em suas relações exteriores. Isso tem que ser registrado. Aqui por exemplo, não tem isso? Cadê um diretor brasileiro que sintetize a bandalheira do mensalão do governo Lula num documentário viabilizado pela Lei Rouanet? Cadê? Estamos esperando o seu, Zé Padilha!
O fato é que Oliver Stone tentou ser Michael Moore e não se saiu bem...Seu documentário vai suscitar alguma discussão e isso já é de grande valor. Mas ele também se mostra um documentarista parcial e fraco quando não mostra o lado tirânico do bufão autoritário Hugo Chavéz.
O que podia ter saído um documentário engajado virou uma reportagem
aguada e sem gás.

Um comentário:

lara disse...

o Hugo chavéz parece os dois gordinhos do filme Alice no País das Maravilhas assim ow http://migre.me/KQI9