terça-feira, 3 de junho de 2008

Ratatouille e Proust...


Ratatouille foi um daqueles filmes que esqueci de postar aqui no bloguinho...Esqueci, não...Deixei de postar porque, lembro bem, saí do cinema tão maravilhado com o que vi que não me senti capaz de registrar com eficiência tudo o que eu havia percebido...graças aos meus sobrinhos Julia e Vinicius com quem revi o filme recentemente, tive um momento de iluminação que transcrevo aqui agora...
Brad Bird, o todo poderoso da Pixar/Disney, diretor/roteirista de Os Incríveis e deste Ratatouille já mostrou em várias entrevistas que é um homem muito inteligente, de vasta cultura e perfeccionismo único. Lendo um artigo sobre o centenário de Em Busca do Tempo Perdido, o monumento literário que nasceu em 1908 das mãos de Marcel Proust, lembrei da xícara de chá com o biscoito que transportam o personagem até sua infância e dão origem aos 7 volumes de Em Busca do Tempo Perdido...Pois bem, eu acho hoje que todo o filme foi criado, escrito e produzido em função de uma única cena, a mais genial de Ratatouille: a cena em que o crítico, Monsieur Ego, prova do ensopado de legumes preparado pelo mini-chef e dá um salto no tempo até sua memória infantil...não é à toa que o filme se passa na França...como disse, Brad Bird é um homem muito inteligente...
Ratatouille não é um filme sobre um rato que quer ser cozinheiro.
É também um filme sobre a memória e o tempo...

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