
No último domingo, reservei um tempo para rever um de meus filmes favoritos, “Ladrões de Bicicleta”. Um filme de 1948 mas que não vai perder sua força nunca. É um dos maiores títulos do que considero a maior força criativa que já houve na história da cultura cinematográfica mundial, o neo-realismo italiano. Se você acha que a câmera solta nos documentários de hoje ou a questão da violência e miséria nas periferias são invenções recentes, você precisa conhecer o Neo-Realismo.
Imagine um grupo de jovens artistas do cinema de uma mesma geração, nascidos no país do Renascimento que, impactados pela destruição da Itália no Pós-Guerra, resolvem registrar toda aquela realidade em filmes que já nasciam clássicos. Começou com Rossellini, teve Visconti como ícone mas se coroou com a história do pobre italiano que quando finalmente consegue um emprego, tem a sua bicicleta, a sua principal ferramenta de trabalho, roubada. Esse é o enredo do filme de De Sica, um gênio de certa forma esquecido, um poeta injustiçado que, apesar de ter ganho 3 Oscars de Melhor Filme Estrangeiro, quando se fala em cinema italiano, todo mundo hoje só lembra de Fellini.
Vittorio de Sica construiu grandes momentos na história do cinema como o amor de Sophia Loren e Marcello Mastroianni em Os Girassóis da Rússia, e a admiração do filho por seu pai que procura por sua bicicleta em Ladrões... (clique aqui)
Quem não conhece, é quer sair um pouco da superfície deve procurar os filmes de Vittorio numa locadora...quem já viu, sempre vale relembrar...são filmes para sempre.
Fico me perguntando: quem seriam os De Sica de hoje?...
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