
A impressão que tive ao ver este O Segredo de Beethoven é que a diretora polonesa imaginou a seguinte seqüência: o gênio da música Beethoven, já consagrado, surdo e em seus últimos anos de vida decide reger sua nona e última sinfonia na Viena do século XIX. Para conseguir comandar a orquestra ele contará com a ajuda de uma jovem amante da música do mestre que é também a sua copista (a pessoa que passava a limpo as partituras) que ajuda-o emprestando seus ouvidos e marcando o tempo para Beethoven cumprir com eficiência seu papel de maestro na estréia.
Tal seqüência está no filme e é simplesmente maravilhosa. Mas o resto do filme é apenas médio.
Primeiro porque tal cena, em verdade nunca aconteceu. Beethoven nunca teve uma copista apaixonante como Diane Kruger (que fez a Helena em Tróia). Quem o ajudou a reger a nona foi um amigo velho e doente. Não sei até que ponto, no cinema moderno é aceitável que se inventem fatos acerca de uma personagem real. E até que ponto isso era necessário com relação a Beethoven, dono de uma biografia riquíssima de fatos curiosos e marcantes.
Segundo porque, pra mim, Ed Harris no papel do gênio irrascível Beethoven ao colocar uma peruca grisalha e desarrumada ficou parecendo uma caricatura de Einstein com o Coisa do Quarteto Fantástico.
Se você tiver paciência e esperar a seqüência em que Beethoven, um velho surdo vai reger na estréia de sua Nona Sinfonia vai se maravilhar...!
Durante a apresentação, o maestro e sua copista passam o tempo todo se olhando, repetindo os mesmos movimentos desenhando um balé sensual e divino. Como se fizessem amor através das notas da Nona Sinfonia.
Valeu o ingresso, claro...afinal ouvir Beethoven é sempre bom !...
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